Incrédulos leitores,
Depois dum post que vi e que não foi criação minha, eu resolvi criar algo que se possa comparar a ele.
Comparar no desfecho trágico da questão.
Nunca é demais relembrar que este texto é puramente fictício (nada disto se passou) e eu NÃO sou um terrorista pronto para atacar.
Então,
Estava eu no meu local de exercício de profissão, a executar um ECG a uma rapariga na casa dos 22 anos. ECG pedido na suspeita duma TSV (o meu coração palpitava pela TSV como pela doente bastante saudável).
Entretanto entra no balcão de atendimento algo digno de uma medida profiláctica (eu percebo que muita gente não perceba isto mas, há uma pessoa que vai entender).
Tal anjo vestido de azul fez com que todo mundo parasse. Com uma TSV “nas mãos” eu também parei.
Só depois acordei na expectativa de uma provável desfibrilhação (eu sei que uma TSV não pede choque mas para mim tudo tem direito a choque) (mais uma vez relembro que é ficção).
Mas nisto, teria que encontrar o médico responsável…Era ela…tudo me caiu, até as pás do desfibrilhador, que trago às costas tipo rambo.
Devo confessar que o primeiro contacto correu bem, onde só fiz a intrepretação do ECG (nada dificil)... Mas após esta efemora conversa só me veio a cabeça o que ela era para mim, ecoava na minha mente como se de uma música se tratasse.Passados segundos do eco toca o telemovel da desfibrilhação com o seguinte tema a ecoar nos corredores pálidos e mórbidos do hospital: Burning Heart 1
Nisto dirijo-me para a sala para efectuar a referida disfibrilhação, neste caso era para reverter uma FV, nada que me preocupa-se particularmente porque a destreza com que manejava o "meu" disfibrilhador tornava tudo possivel.
Entrei na sala de reanimação mas quando me dirijo ao médico responsavel parou o tempo e em "slow motion" vejo aquele anjo a virar-se...era ela de novo...
Perante falta de reacção da minha parte ela diz: "Parece que me estás a seguir..."
A minha resposta foi apenas "Não doutora, acorri apenas ao chamamento para desfibrilhação-(esboçando o meu maior sorriso)
Depois de ter revertido à primeira a FV e ao som de fundo de Mission Impossible, só para dar mais emoção a toda aquela cena pitoresca que passo a enumerar;
- Um doente a fibrilhar
- Uma médica mercedora de profilaxia
- A minha bata aberta a esvoaçar com o vento (vento dentro da sala da reanimação??)
- O acto de retirar as pás de desfibrilhação
- E finalmente o acto da Desfibrilhação
Quando vou a meio caminho, o meu corpo toma conta de mim e volto atrás...e chamo a doutora...
Ela chega perto de mim e o único som que sai da minha boca é: "Doutora não quer um ECG por profilaxia!?"
Para meu próprio espanto, a resposta, foi: "Sim se for voce a fazer..." "Pode ser agora, tenho algum tempo!?"
A minha resposta surgiu em forma de gesto indicando o caminho para o meu gabinete...
Nisto ela retira a parte de cima do fato azul e o sutian.
Mas enquanto isto começa de mansinho esta melodia de fundo. Nada que me desconcentra-se mas, na altura da colocação do V4, e no refrão senti uma forte dor proveniente do meu osso temporal direito...
Abri os olhos, com a música sempre a tocar, e vi o tecto o meu quarto, a minha tempora direita de encontro a mesa de cabeceira e mais grave ainda o despertador a tocar para me levantar.
Quando finalmente me levanto e percebo o que se passa so tenho uma reacção possivel.
Afundo a cara na almofada com a cabeça a latejar e solto um gemido abafado pela almofada que era o seguinte:
-Merda, já é de manhã....Nunca mais abuso do licor de amora...
Even cry (all day)
like a baby.....
1- falta explicar que, para além do ecg, acumulava funções ao nivel da desfibrilação. Daí justificar as pás do desfibrilhador que tenho sempre as costas
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